A carreira de Antoni Gaudí foi um processo de reflexão e análise de diferentes estilos arquitetónicos que o prepararam para uma nova arquitetura, entre a tradição e a modernidade, com uma linguagem formal própria e singular.

«Eu tenho essa qualidade de sentir, de ver o espaço porque sou filho de caldeireiro. O caldeireiro é um homem que com uma superfície forma um volume; vê o espaço antes de começar a trabalhar.» Antoni Gaudí

«Aqueles que desejam fazer arquitetura devem possuir destacáveis aptidões e uma forte disciplina.» O arquiteto é «o homem sintético, que vê as coisas claramente em conjunto antes de se materializarem, que situa e liga os elementos na sua relação plástica e na distância justa, assim como a qualidade estática e o sentido policromo.» Antoni Gaudí

 

Cronologia

1879

Primeira encomenda oficial da Câmara Municipal de Barcelona.

Gaudí desenhou postes de iluminação pública com três e seis braços, coroados por um capacete com asas, símbolo do poder comercial que Barcelona tinha tido e ainda tinha naquele momento. Os postes eram de iluminação a gás e conservam-se ainda hoje na Plaça Reial e em Pla de Palau.

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1878

Vitrine para a luvaria de Esteve Comella I Barcelona

Projeto duma vitrine de ferro e vidro para este estabelecimento situado na Carrer d’Avinyó.

O móvel foi mostrado na Exposição Internacional de Paris de 1878, onde foi admirado pelo industrial Eusebi Güell que ficou muito surpreendido com a qualidade da vitrine e manifestou o seu interesse por conhecer o seu autor, e deste modo iniciou-se a relação entre o arquiteto e o seu protetor.

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1878

Design de mobiliário para a capela-panteão da família dos Comillas I Comillas (Santander)

Projeto de mobiliário para a capela que a família López tem perto do Palácio de Sobrellano em Comillas.

O conjunto consta duma poltrona de encosto alto, um genuflexório e um banco. A execução da obra em madeira foi realizada por volta do ano 1880, quando a capela estava já finalizada. A reconhecida carpintaria de Eudald Puntí, empresa de Barcelona para a qual Gaudí tinha trabalhado nos seus tempos de estudante, realizou estes trabalhos. O mobiliário apresentava temas vegetais de estilo gótico e representações de figuras animais.

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1879

Farmácia Gibert I Barcelona

Projeto de construção e decoração para a farmácia de Joan Gibert i Soler, em Passeig de Gràcia de Barcelona.

Constava dum letreiro, duas vitrines exteriores, um mostrador de marchetaria e um banco de madeira. A farmácia foi demolida posteriormente.

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1881

Nau Gaudí de Mataró I Carrer de la Cooperativa, 47, Mataró

Elaboração do plano geral da fábrica de tecidos La Obrera Mataronense, primeira sociedade cooperativa de operários de Espanha, com sede em Mataró, a norte de Barcelona.

Trabalhou nesta durante alguns anos, durante os quais fez o plano geral da fábrica (1881), um projeto de balança e portaria (1883), o estandarte da sociedade (1884) e a decoração duma sala para uma festa cultural (1885). Anteriormente, e para a mesma organização, Gaudí tinha realizado os projetos de bandeira (1873), casino recreativo (1878) e casas para os trabalhadores (1883). De todos estes trabalhos destaca a Sala de branqueamento (1883), um grande pavilhão destinado às caldeiras para a lixívia e contentores da lavagem e escoar dos fios. O edifício projetado é duma grande simplicidade, com treze arcos parabólicos esbeltos e resistentes, criados por pequenos troços de madeira montados com parafusos. A utilização destes arcos permitiu a Gaudí criar um espaço amplo e diáfano com quase 600 m2, sem ter que recorrer a divisões internas ou sistemas estruturais como colunas ou pilares.

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1883-1888

Casa Vicens I Carrer de les Carolines, 18-24, Barcelona

obra gaudi casa vicens

Primeira casa residencial encomendada por Manuel Vicens. Foi projetada como uma casa de férias com jardim, na qual as formas geométricas e a rica ornamentação, inspirada na vegetação do meio envolvente, estão presentes tanto no exterior da casa como nos seus diferentes espaços interiores.

A Casa Vicens tem fortes influências medievais e árabes na maioria das suas assoalhadas, como, por exemplo, a famosa sala do fumador. Cabe destacar a utilização avançada que Gaudí fez dos meios de produção industrial, como nos azulejos e a grade de ferro forjado na forma de palmeira.

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1883-1885

«El Capricho» I Barrio de Sobrellano, s/n, Comillas (Cantábria)

obra gaudi el capricho

Enquanto se construía a Casa Vicens, Gaudí recebeu a encomenda desta casa de férias para o indiano Máximo Díaz de Quijano, cunhado de Antonio López, marquês de Comillas (sogro de Eusebi Güell).

Obra de clara influência oriental, sobretudo na torre, que nos faz lembrar um minarete. O exterior do edifício caracteriza-se pela utilização da pedra na parte baixa e dos tijolos à vista adornados com faixas de cerâmica vidrada que representam girassóis. De grande ostentação, a obra supõe um passo à frente no estilo próprio e singular de Gaudí.

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1883-1926

Basílica da Sagrada Família I Carrer de Mallorca, 401, Barcelona

obra gaudi sagrada familia

Gaudí assumiu a direção desta obra, partindo duma planta neogótica já construída por Francisco de Paula del Villar, com quem começou a colaborar enquanto estudava na escola de arquitetura. Durante os quase quarenta anos nos quais trabalhou na sua construção, até à sua morte, projetou a abside e a fachada do Nascimento, delimitou o perímetro e coroou um dos campanários, San Bernabé. O traçado do edifício leva até às últimas consequências as propostas geométricas e estruturais de Gaudí.

Gaudí projetou uma igreja de planta basilical com cinco naves com um cruzeiro de três, configurando uma planta de cruz latina. A basílica consta de três fachadas monumentais que representam os três momentos culminantes da vida de Jesus Cristo: Nascimento, Paixão e Glória. Coroou o conjunto com dezoito torres, de entre 100 m e 170 m de altura: doze correspondem aos apóstolos, quatro aos evangelistas e duas —as mais altas—a Maria e Jesus. A Sagrada Família foi oficialmente consagrada como basílica para o culto católico em 2010.

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1884-1887

Pavilhões Güell I Avinguda de Pedralbes, 7, Barcelona

obra gaudi pavilhoes guell

Este foi o primeiro trabalho de Gaudí para o seu grande mecenas, Eusebi Güell: dois pavilhões de acesso à quinta que tinha no norte de Barcelona, destinados à casa do porteiro e as cavalariças com picador. Gaudí resolveu a estrutura dos pavilhões a partir de curvas e de arcos parabólicos, utilizando o tijolo como material básico de construção com uma rica decoração arabizante.

Cabe destacar a utilização que pela primeira vez fez do trencadís cerâmico, para o revestimento das torres de acesso, e a espetacular grade de ferro forjado na forma de dragão da porta das carruagens. Esta figura representa o dragão guardião do Jardim das Hespérides vencido por Hércules, num episódio que narra Jacint Verdaguer no seu poema L’Atlàntida.

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1886-1890

Palau Güell I Carrer Nou de la Rambla, 3-5, Barcelona

obra gaudi palau guell

Perto da celebração da Exposição internacional de 1888, Eusebi Güell encomendou a Gaudí a sua residência familiar, que devia servir também de espaço para receções. O edifício consta de seis níveis, estruturados duma forma funcional e diferente em cada andar, que foram projetados à volta duma grande sala central, coberta por uma excecional cúpula parabólica que permite a entrada de luz natural.

São de destacar as cavalariças na cave, com acesso mediante rampas helicoidais, e o terraço. Aqui Gaudí rompe radicalmente com a tradição e apresenta as chaminés e ventilações como elementos escultóricos revestidos de trencadís. Depois repetiu esta tipologia de terraço na Casa Batlló e em La Pedrera.

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1887-1893

Palácio episcopal I Plaza de Eduardo Castro, Astorga (Leão)

obra gaudi palau episcopal astroga

Em 1886 um incêndio destruiu totalmente a residência do reusense Joan Baptista Grau i Vallespinós, bispo da diocese de Astorga, a noroeste de Espanha, que foi quem encomendou um novo edifício ao seu amigo Gaudí. Este palácio de aparência neogótica, devido à sua estrutura e sobriedade das paredes de pedra, possui quatro níveis que recebem a luz natural através dum espaço central que atravessa o edifício.

Ao falecer o bispo surgiram discrepâncias entre o arquiteto, os cónegos e a junta diocesana e Gaudí demitiu-se deixando a obra inacabada.

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1888

Pavilhão da Companhia Transatlântica I Barcelona

Edifício de carácter provisório, construído para a Exposição Universal de 1888.

Este pavilhão serviu como expositor dos produtos e serviços da Companhia Transatlântica, dedicada ao transporte marítimo e propriedade de Antonio López, marquês de Comillas. O pavilhão era o mesmo que Adolfo García Cabezas tinha construído em 1887 para a Exposição Marítima de Cádis, que Gaudí aproveitou e reformou. Modificou radicalmente o seu aspeto externo, acrescentando quatro torres de grande altura, refazendo o seu pórtico e instalando várias hastes. O pavilhão foi derrubado durante a década de 1960, quando se construiu a marginal de Barcelona.

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1888-1890

Colégio das Teresianas I Carrer de Ganduxer, 85, Barcelona

obra gaudi teresianas

Edifício destinado a um convento, colégio e internato, encomendado pela Compañía de Santa Teresa. A construção devia ser simples e económica. Gaudí concebeu o colégio como um original castelo neogótico, com uma fachada que combina as paredes de pedra e os tijolos. A incorporação de símbolos religiosos é a nota dominante, com anagramas de Jesus Cristo, escudos carmelitas e cruzes de quatro braços nas torres dos ângulos.

O edifício tem quatro níveis e está distribuído a partir de três divisões longitudinais, das quais a central cumpre a função de claraboia e corredor de circulação. É de destacar a aplicação dos arcos parabólicos na parte central, as duas partes laterais e os diferentes espaços de circulação, assim como as janelas e o alpendre de acesso, este último fechado com uma grade de ferro forjado.

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1891-1893

Casa Botines I Plaza de San Marcelo, León

obra gaudi casa botines

Gaudí projetou um edifício de moradias de aluguer e de utilização comercial para Simón Fernández Fernández e Mariano Andrés González Luna, representantes em Leão do Banco Hispano-Colonial de Barcelona e proprietários duma casa de câmbio e dum armazém de tecidos.

Edifício de planta trapezoidal cuja aparência exterior faz lembrar um castelo medieval, embora no interior seja um imóvel funcional de construção mista, com paredes de suporte nas moradias e com pilares de ferro nas zonas comerciais.

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1895

Adegas Güell I Carretera Comarcal, 246, Sitges (El Garraf)

Adegas para o vinho que Eusebi Güell i Bacigalupi produzia em Garraf, a sul de Barcelona. Obra concebida por Gaudí na qual interveio, duma forma muito direta, o seu colaborador Francesc Berenguer.

Consta de dois edifícios, a portaria e a adega. Especialmente na adega predomina a utilização do arco parabólico que define a sua forma piramidal.

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1898-1900

Casa Calvet I Calle Caspe, 48, Barcelona

obra gaudi casa calvet

Edifício comercial e de moradias de aluguer encomendado pelos filhos do industrial Pedro M. Calvet. Este edifício de seis andares é uma obra de transição entre o primeiro Gaudí, de influências neoclássicas e barrocas, e o da maturidade, que trabalha com as linhas curvas e as superfícies ondulantes. Destaca-se pela luminosidade dos pátios interiores.

A Câmara Municipal de Barcelona premiou a Casa Calvet como melhor edifício de 1900.

1890-1917

Cripta da Colónia Güell I Carretera de Sant Boi de Llobregat a Sant Vicenç dels Horts, Santa Coloma de Cervelló (Barcelona)

obra gaudi cripta colonia guell

Edifício inacabado de grande experimentação estrutural, destinado a ser a igreja da colónia têxtil de Eusebi Güell.

Aqui Gaudí investigou e criou um instrumento original de projeção arquitetónica: uma grande maquete polifunicular. Esta maquete foi construída com tecido, cordas e pequenos pesos que permitiam deduzir umas formas arquitetónicas diretamente criadas pelo comportamento estático do edifício projetado, e que lhe serviria também para a construção da Sagrada Família.

Cabe destacar a utilização da geometria regulada, assim como a variedade e a procedência de muitos e variados materiais utilizados e reutilizados por Gaudí nesta primeira fase da igreja. Pedras basálticas e calcárias, tijolos, resíduos de fundição, cerâmica, vidro e forja combinam as suas texturas e cores para se obter uma integração do edifício com o seu meio envolvente.

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1900

Estandarte do Orfeón Feliuense I Sant Feliu de Codines (o Vallès Oriental)

Insígnia da entidade coral conservada Na Câmara Municipal de Sant Feliu de Codines, perto de Barcelona, que se conserva no museu municipal.

Com 1,75 m, o estandarte caracteriza-se por uma cruz e uma grande peça circular inferior, ambas de cortiça com apliques exteriores de latão. Da cruz pendem fitas de couro com guizos e, do círculo, pinhas.

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1900-1914

Park Güell I Carrer d’Olot, s/n, Barcelona

obra gaudi park guell

Cidade-jardim privada promovida por Eusebi Güell para ocupar quinze hectares situados no norte de Barcelona. Concebida inicialmente como uma cidade-jardim modelo, integrando arquitetura e natureza, Gaudí projetou e realizou a parte infraestrutural e de serviços desta zona residencial de luxo que nunca chegou a ser terminada e que dispõe de sessenta parcelas para edificar. Apenas se vendaram três, uma destas adquirida pelo próprio Gaudí, que foi para ali viver com o seu pai e uma sobrinha. Gaudí projetou os dois pavilhões da portaria e uma grande escadaria ajardinada que leva o visitante ao grande vestíbulo, a Sala Hipóstila, pensada para instalar o mercado da urbanização.

Sobre este espaço coberto se construiria uma grande superfície de terreno plano contornado em todo o seu perímetro pelo banco de perfil ondulado, feito com peças pré-fabricadas de betão e revestidas com trencadís cerâmico. O solo da praça descansa sobre um conjunto de cartuchos semiesféricos. Estes, ocultos debaixo do solo, recolhem a água da chuva até uma cisterna subterrânea através dumas condutas situadas no interior das colunas. O escoadouro que verte o excesso de água da cisterna termina na boca do famoso dragão das escadas, que dá as boas-vindas ao parque.

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1900

O Primeiro Mistério Glorioso I Montserrat

Por encomenda da Lliga Espiritual de la Mare de Déu de Montserrat (fundada pelo bispo de Vic, Josep Torras i Bages), Gaudí projetou o Primeiro Mistério Glorioso, que começou a ser construído perto do santuário de Montserrat.

Gaudí entendia este Primeiro Mistério (que representa a Ressurreição de Cristo) como a ressurreição da Catalunha. Propôs ampliar a gruta onde foi encontrada a virgem de Montserrat e criar uma grande praça.

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1900-1909

Torre de Bellesguard I Calle Bellesguard, 16, Barcelona

obra gaudi bellresguard

Moradia unifamiliar isolada, de volume cúbico, construída no norte de Barcelona e estruturada em cinco níveis. O local onde Gaudí construiu a Torre de Bellesguard tem um forte passado medieval como lar do último rei catalão. O arquiteto criou uma obra repleta de simbolismo, de estilo entre o gótico e o Modernismo, na qual narrou a biografia de Martí l’Humà e a má sorte do monarca e do reino, ao morrer este sem descendência. A estrutura da Torre Bellesguard está revestida de pedra de ardósia própria da zona, em coerência com a ideia de Gaudí de estudar e usar a geologia e a topografia do local.

Destacam-se a esbelta torre em bico, situada num dos ângulos, e as soluções construtivas interiores, assim como o sótão e o caminho de ronda que percorre as quatro fachadas e que também projetou, posteriormente, na Casa Batlló e em La Pedrera.

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1900

Santuário da Virgem da Misericórdia de Reus

Anteprojeto de remodelação para a fachada principal do santuário, do qual se conservam poucos documentos.

A proposta não foi levada a cabo porque o conselho de administração do templo a considerou demasiado ambiciosa.

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1901-1902

Casa Batlló I Passeig de Gràcia, 55- 57, Barcelona

Muro perimetral e porta de acesso aos terrenos da quinta Miralles, situada no norte de Barcelona e perto dos pavilhões Güell.

Do muro, com 36 m de comprimento e acabado com uma grade de tela metálica, apenas ficou um fragmento, enquanto que a porta, de grandes dimensões e com a forma dum arco lobulado ao contrário, coberto por um toldo e uma cruz, está totalmente conservada. O proprietário da quinta era o seu amigo Hermenegild Miralles, o impressor que mais de uma vez tinha emprestado as enormes prensas da imprensa ao arquiteto, para que este pudesse comprovar a resistência das colunas de pedra que utilizava em algumas das suas obras.

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1902

Decoração do bar Torino I Barcelona

Colaboração com Ricard Capmany, decorador oficial do estabelecimento dedicado à venda de vermute Martini & Rossi de Turín, situado em Passeig de Gràcia.

Os venezianos Fratelli Tosso e a Società Musiva Veneziana, o vienense Michael Thonet e os catalães Eusebi Arnau, Pere Falqués, Josep Puig, Manuel Ballarín, Antoni Bordalba, Octavi Domènech, Masriera y Campins e E. Saumell, entre muitos outros, foram alguns dos artistas e artesãos que também trabalharam neste projeto. Gaudí participou com as escoras de madeira e as lajes de cartão prensado e envernizado com que revestiu algumas paredes, como as da sala árabe. As lajes procediam da empresa de Hermenegild Miralles, para quem Gaudí construía nessa altura a porta e o muro que encerrava a sua quinta. Em 1902, o bar Torino foi premiado pela Câmara Municipal de Barcelona como o melhor estabelecimento do ano. No entanto, mais tarde seria derrubado e o seu lugar ocupado pela Joalharia Roca (1934), obra de Josep Lluís Sert e Josep Torres Clavé.

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1903-1914

Restauração da catedral de Maiorca

Trabalhos de restauração encomendados pelo bispo de Maiorca, Pere Campins i Barceló.

Os trabalhos consistiam no deslocamento do coro, abertura da capela da Trinidad, colocação de púlpitos novos, abertura de janelas góticas, montagem de vitrais, instalação dum baldaquino, decoração com pinturas e execução de mobiliário.

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1904-1906

Casa Batlló I Passeig de Gràcia, 43, Barcelona

obra gaudi casa batllo

Ampliação e remodelação dum imóvel de moradias entre muros cegos, por encomenda de Josep Batlló i Casanovas. Conhecida popularmente como a casa dos ossos, a casa das máscaras, a casa dos bocejos ou a casa do dragão, a obra inscreve-se na etapa de máxima maturidade de construção de Gaudí. A intervenção de Gaudí neste edifício não é apenas ornamental, mas sim estrutural, já que reformulou as fachadas exterior e posterior e os pátios interiores dum edifício característico do Eixample, com o objetivo de que entrasse mais luz natural no imóvel, ao qual acrescentou mais dois andares e um novo coroamento. A fachada está revestida de trencadís policromático. O terraço é a evolução natural do Palau Güell, com as chaminés cobertas de trencadís vidrada e colorida.

1904

Sala Mercè I Barcelona

Sala de espetáculos projetada por encomenda do pintor Lluís Graner i Arrufí na Rambla dels Estudis.

Continha um vestíbulo, uma sala de espera e uma sala de espetáculos decorada como se fosse uma caverna.

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1905

Chalé do Catllaràs e Jardins de Can Artigas I La Pobla de Lillet (Berguedà)

Chalé construído para Eusebi Güell em La Pobla de Lillet (Barcelona), onde havia umas minas de carvão e a primeira fábrica de cimento Portland de Espanha.

O edifício é formado por dois muros (que são fachada e cobertura), um dos quais incorporava uma escada dupla semicircular de acesso. Parte da estrutura original foi perdida posteriormente, quando se converteu em albergue para colónias. Gaudí projetou na mesma povoação uns jardins para o fabricante de tecidos Joan Artigas i Alart.

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1906

Estandarte do grémio de serralheiros I Barcelona

Estandarte encomendado pelo conselho de administração da corporação

Consistia numa bandeira (1,70 x 2,50 m) na cor verde-escuro com o escudo da cidade e a imagem de San Eloy, padroeiro do grémio. A peça foi queimada em inícios da Guerra Civil (1936).

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1906-1912

Casa Milà, La Pedrera I Passeig de Gràcia, 92, Barcelona

obra gaudi casa mila pedrera barcelona

Imóvel de moradias para aluguer e última obra civil de Gaudí, que resume a sua etapa de maturidade. Embora o seu nome oficial seja Casa Milà —por ter sido uma iniciativa imobiliária desta família—, popularmente é conhecida como La Pedrera (A Pedreira), em irónica referência ao seu aspeto externo, muito parecido ao de uma pedreira aberta. Com uma imponente fachada de pedra ondulante e varandas de ferro forjado formados por elementos reciclados, La Pedrera é o edifício de moradias mais inovador de Gaudí, tanto pela sua conceção estrutural como pelos elementos decorativos. Construída à volta de dois grandes pátios, nos apartamentos a estrutura é de pilares de pedra e tijolo, num precursor sistema de projeto livre. O sótão, que alojava os lavadouros e estendais, foi construído mediante um conjunto de arcos catenários de várias alturas, que determinam os diferentes níveis do terraço. O terraço segue o esquema empregue no Palácio Güell e na Casa Batlló. Aqui, no entanto, as caixas de escadas são revestidas com trencadís de pedra, mármore e cerâmica — monocromáticos e reciclados— e as duas ventilações e chaminés são estucadas, com exceção dum grupo com trencadís de garrafas na cor verde. São de destacar os tetos planos de gesso, as pinturas dos vestíbulos e as portas de acesso.

1908

Projeto de Hotel em Nova Iorque

Projeto para a construção dum Hotel em Nova Iorque.

Gaudí realizou vários desenhos para um hotel monumental (que não chegou a ser construído), a pedido de dois americanos conhecedores da sua obra.

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1909

Escolas provisórias da Sagrada Família

obra gaudi sagrada familia

Paralelamente à construção da Sagrada Família, Gaudí construiu o edifício das escolas, destinado aos filhos dos trabalhadores do templo e às crianças do bairro. Situado no ângulo sudoeste do templo, este edifício dum só andar é de grande simplicidade construtiva.

Projeto muito económico e de rápida execução. O telhado é feito de tijolos seguindo a lógica geométrica e estrutural das superfícies regradas. O resultado é duma resistência máxima com os mínimos materiais.

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1910

Postes de iluminação pública comemorativos do centenário de Jaume Balmes I Vic

Durante uma estadia de três semanas em Vic, onde se recuperava duma doença, Gaudí aceitou um convite municipal e propôs vários projetos para comemorar o primeiro centenário do nascimento do eclesiástico e pensador local Jaume Balmes

Desenhou dois postes de iluminação pública, de diferentes tamanhos, na forma de obelisco, que foram construídos em pedra basáltica e com aplicações de forjadura. O bispo da diocese de Vic, Josep Torras i Bages, grande amigo seu, foi o responsável por os inaugurar a 7 de setembro de 1910. Foram destruídos por volta do ano de 1924.

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